A partir do Concílio Vaticano II e, particularmente, a partir do decreto Optatam Totius, foi pedida uma renovação da Teologia Moral segundo três orientações fundamentais: o resgate da tradição bíblica, o acento na História da Salvação e o vínculo com a Liturgia. Tal renovação se faz urgente e necessária face aos inúmeros desafios para se tratar teologicamente do tema da sexualidade na pós-modernidade. É por essa razão, que a mistagogia da Iniciação Cristã apresenta-se como uma maneira de, simultaneamente, atender aos apelos do Concílio Vaticano II e falar uma linguagem acessível ao ser humano pós-moderno. É, com efeito, a partir de uma aproximação mistágógica ao Ritual de Iniciação Cristã de Adultos que se descortinam uma série de implicações para a ética da sexualidade tais como a comunicabilidade, a relacionalidade, a criatividade, a fecundidade, a ludicidade, a responsabilidade, a esponsabilidade, etc. Tais implicações ampliam o horizonte de possibilidade para se tratar do tema da ética da sexualidade na pós-modernidade, ao mesmo tempo que reorientam essa disciplina teológica à centralidade do mistério pascal de Cristo.