Este trabalho busca estabelecer algumas primeiras considerações
sobre o panorama da tradução da poesia russa no Brasil. Para tanto,
escolheu-se aqui o poeta Vladímir Maiakóvski como paradigma dessa
história ainda não sistematizada. Bruno Gomide em seu importante trabalho
Da estepe à caatinga oferece um panorama detalhado da recepção da prosa
russa no Brasil. Contudo, escritos acerca da recepção do verso ainda parecem
circular de forma esparsa e sujeitos a certas contradições ou pontas soltas. A
partir da análise da publicação de Poemas de Maiakovski (1967) e Poesia russa
moderna (1968), serão traçadas algumas questões sobre o primeiro
enraizamento da poesia russa no contexto nacional e seu caráter tão sui
generis, marcado pela diferencial presença na música brasileira. Dessa forma,
podemos entender essa espécie de fixação em torno da figura Maiakóvski,
que não deixa de ser amplamente lido e retraduzido para o português.