Neste artigo, tratamos de um fenômeno específico no campo da tradução de óperas voltada para o palco, a que denominamos de retrotradução operística. Analisamos, em particular, as retrotraduções operísticas para a língua portu-guesa, realizadas pelo poeta e historiador paraense C. Paula Barros, dos libre-tos indianistas O Guarani (1937) e O Escravo (1939), de Carlos Gomes. Preten-demos evidenciar sua principal estratégia tradutória que, orientada pelo con-ceito programático da fase nacionalista do modernismo – o de brasilidade –, é constituída pelo uso de vocábulos indígenas com vistas a compensar a pro-blemática verossimilhança histórica dessas óperas.