O que é ética? Nasce conosco ou é determinada pelo meio em que vivemos? Desde
muito tempo, buscamos responder a essas e outras questões afins. As respostas não são
óbvias. Algumas linhas filosóficas defendem, a partir da decodificação do genoma, que
possuímos um gene da ética, herdado de algum antepassado. Em 14 de janeiro de 2008,
Steven Pinker, professor de Psicologia da Universidade de Harvard, escrevia um artigo no New
York Times, intitulado The Moral Instinct: Evolution has endowed us with ethical impulses. Do
we know what to do with them?, onde levanta a possibilidade da existência da moralidade
genética; pouco antes, em 2006, primatólogos defendiam essa tese, devido à presença de
moralidade humana em animais sociais; Marc D. Hauser, biólogo da Universidade de Harvard,
propõe que as pessoas nascem com uma gramática moral em seus circuitos neurais, feita
pela evolução; Harper Collins, também em 2006, lançava seu livro Moral Minds, onde
argumenta que essa gramática gera julgamentos morais instantâneos e que são inacessíveis
à mente consciente; Robert Wright, em seu livro The Animal Moral, afirma que a moralidade é
uma adaptação projetada para maximizar geneticamente o auto-interesse, uma função que é
inteiramente escondida da nossa experiência consciente... Assim, segundo esses autores, é
preciso reconstruir a moral de baixo para cima, na esteira de Darwin3; psicólogos, sociólogos
e outros, ao contrário, nos garantem que a educação ética é mais importante na formação de
uma pessoa do que sua genética... Quem está com a razão? |