O processo de construção e consolidação da ciência moderna na segunda metade do século XVIII é composto por diferentes sujeitos, espacialidades e trocas, não sendo um processo isolado de outros aspectos da vida social, como a política, a economia e os interesses pessoais. A presente pesquisa analisa a trajetória de Luiz Pinto de Souza Coutinho entre 1769 e 1788, durante seu governo da capitania do Mato Grosso e sua estada em Londres enquanto representante diplomático da Legação Portuguesa. Nossa análise foca-se na produção de conhecimento científico sobre o Mato Grosso, bem como na rede de relações construída por Luiz Pinto, por meio da qual ele faz circular o conhecimento produzido, também elevando seu status perante a eclética comunidade científica do período. Assim, através da transcrição e análise de fontes manuscritas produzidas por Luiz Pinto, propomos que a utilização da categoria de agente intermediário e o foco na circulação do conhecimento para além de fronteiras imperiais nos auxiliam a compreender o processo de construção da ciência, evitando análises eurocentradas e difusionistas que tendem a invisibilizar tensões, espaços e sujeitos.