As diferenças de sexo são proeminentes nos transtornos de humor e ansiedade e podem fornecer uma janela para os mecanismos de início e manutenção de distúrbios afetivos em homens e mulheres. Com a maior prevalência dos diagnósticos relacionados a transtornos da ansiedade em mulheres e maior severidade clínica, torna-se necessário um estudo mais aprofundado sobre os aspectos intrínsecos a isso. Isto é, os aspectos hormonais, comportamentais e neurais subjacentes à mulheres. Dessa forma, faz-se uso dos modelos animais de investigação da ansiedade e sociabilidade em ratos fêmeas. A principal contribuição deste tipo de estudo é um melhor entendimento dos aspectos não subjetivos da ansiedade atentando-se às características biológicas - o que pode ser útil na pesquisa de distúrbios psiquiátricos. O desafio é entender qual o padrão comportamental e o perfil social relevantes para o desenvolvimento dos transtornos; qual o papel hormonal e da ocitocina para este. Esta revisão se concentrará nos aspectos biológicos do comportamento ansioso em ratos fêmeas. Serão discutidos aqui os contextos voltados a fêmeas, como a influência do ciclo estral, pós-parto e menopausa. Para isso, estuda-se também o comportamento social de ratos de linhagens previamente selecionadas para a apresentação de alta e baixa ansiedade.