Este trabalho pretende apresentar a relação entre a pulsão de morte, em especial sua característica disjuntiva, e o trabalho criativo. Parte-se da definição de pulsão de morte, apresentando suas características, origem e interação com a pulsão de vida, para adentrar nas elaborações teóricas de psicanalistas contemporâneos acerca da criação, que serão investigadas e comparadas. Uma vez asseguradas algumas noções sobre o processo e resultado da experiência criativa, serão apresentadas representações imagéticas para o que fora até então teoricamente apontado. Para tanto, o trabalho de Nelson Rodrigues será examinado, desde relatos pessoais acerca do processo criativo, passando pela trama da obra O Beijo no Asfalto (1960), até a repercussão de sua dramaturgia na crítica e no teatro nacional.