A temática da morte é frequentemente silenciada, sendo vista como um tabu frente à sociedade ocidental mesmo quando indivíduos próximos ficam enlutados. A dificuldade em acolher os sobreviventes é frequentemente relatada palpável. A evitação do assunto muitas vezes significa evitar o próprio enlutado, podendo acarretar grande sofrimento e dificultar o processo de elaboração do luto. Nos últimos anos, com a participação ativa da Internet no cotidiano dos indivíduos em geral, pode-se perceber impactos no comportamento humano, desde situações básicas como comunicação, estudos, compras e vendas, até conseguir espaços próprios, sem tabu, onde podem expressar o que estão verdadeiramente sentindo, como, por exemplo, a dor da perda de um ente querido. Foi realizada uma pesquisa qualitativa exploratória com seis pessoas enlutadas que utilizaram a rede de relacionamentos do Facebook para a elaboração dos seus respectivos lutos. Com este trabalho, percebeu-se como o ambiente familiar do perfil próprio ou o do falecido é o local mais utilizado para a manifestação do luto (por meio de posts, fotos, textos, vídeos e músicas), visto que houve uma resistência da participação de grupos para enlutados. Notou-se como os ambientes virtual e concreto possuem impactos diferentes na elaboração do luto dos entrevistados. Ainda assim, foi possível identificar três momentos distintos durante os quais os entrevistados apresentam expressões diferentes em relação ao luto no Facebook. Por fim, algumas considerações no que diz respeito às especificidades do luto no ambiente virtual são realizadas.