O presente trabalho visa explorar alguns significados em torno da vida daqueles que tornam a rua seu espaço de moradia, em sua complexidade - desde os perigos e adversidades da rua até a construção de vínculos. Para isso, será feita uma análise e revisão bibliográfica de diversos autores que contribuíram e contribuem para o fomento a uma produção científica de qualidade neste tema, juntamente com uma pesquisa documental de pequeno porte, retrospectiva do trabalho realizado pela autora no projeto Apóstolos do Ambulatório da Providência. Inicialmente será proposta uma discussão sobre exclusão social, condição inerente ao fenômeno população em situação de rua. A exclusão social será contextualizada na realidade brasileira e na realidade daqueles que habitam as ruas. Posteriormente uma discussão mais aprofundada sobre o fenômeno população em situação de rua será apresentada, de maneira a contemplar suas definições no campo internacional, suas características como fenômeno e o perfil sociodemográfico desta população no Brasil. Ademais, uma breve apresentação de cinco organizações e projetos que dedicam seu trabalho a este público será feita. São eles: Consultório na Rua, RUAS, Centro POP, Reffetorio Gastromotiva e Ambulatório da Providência. Ao identificar a rua como um espaço de dualidades no qual, por um lado há a solidão constante e violência diária e, por outro, há construção de amizades que podem, em alguns casos, se tornar muito importante para a vida afetiva destas pessoas. Essa dualidade destaca uma de suas características mais marcantes desta população: sua grande heterogeneidade. Em respeito aos diferentes modos de se viver nas ruas e suas respectivas demandas, este trabalho considera, portanto, a diversidade de atendimentos e políticas públicas como importante na inclusão de todas as vidas que habitam os logradouros públicos.