A noção de feminino e tudo o que o cerca está presente em pautas sociais e nos debates civis da era contemporânea. A estrutura misógina da tradição ocidental desvaloriza o feminino e o afasta da construção de uma relação com o outro e com si próprio. O estudo presente tem por objetivo discutir as raízes da ideia de um feminino negligenciado que perpassa pelo corpo, pelo psiquismo e pela cultura. O trabalho também aborda a sua patologização que se inicia nos estudos de anatomia genital comparada até o transtorno mental da histeria. Foram utilizadas as teorias da psicologia analítica de Carl Jung, em especial a noção de anima, para compreender-se o papel do feminino na psique do indivíduo. Finalmente, o presente estudo aventa a hipótese de que a integração dos aspectos psicológicos femininos e masculinos é parte fundamental na caminhada do indivíduo em direção à realização do si-mesmo.