A partir de contribuições da Psicanálise, o presente trabalho visa analisar aspectos concernentes ao adolescer contemporâneo, percorrendo as singularidades socioculturais e como estas ressoam nas jovens subjetividades. Compreendendo a adolescência como um tempo vital de fragilidade e de vulnerabilidade psíquica, apresenta-se uma leitura acerca de como a precariedade da ordem simbólica e a escassez de investimento narcísico na atualidade se relacionam estreitamente ao mal-estar que acomete o adolescente nos dias de hoje. Propõe-se, portanto, que esse cenário alavanque a intensificação e a manutenção da revivência do desamparo na travessia púbere. Destaca-se, também, que as passagens ao ato e a convocação do corpo representam possíveis respostas a essa dolorosa vivência, ao assumirem lugar de expressão do sofrimento contemporâneo em detrimento do trabalho de processamento psíquico.