O presente trabalho tem como objetivo refletir sobre o lugar da música entre a saúde, a cultura e o viver criativo. Para tal, parte-se do conceito winnicottiano de transicionalidade para compreender a zona intermediária da criatividade e da brincadeira. Utiliza-se a noção de objeto transformacional de Bollas, visando estabelecer uma relação com os processos artísticos e, mais especificamente, a música. Em seguida, busca-se traçar paralelos entre a música e uma sessão de análise, considerando aspectos comuns como o som, o silêncio, o ritmo e a vitalidade. Por fim, utiliza-se o documentário As Canções, de Eduardo Coutinho, e o podcast A Playlist da minha vida, apresentado por Fernanda Torres, para ilustrar a relação da música com a memória e os afetos na vida dos sujeitos.