O presente trabalho propõe abordar a devastação feminina, percorrendo aos estudos sobre a sexualidade feminina de Sigmund Freud a Jacques Lacan no que refere-se aos impasses e restos deixados na relação primordial da menina com sua mãe. A partir de Lacan, abordaremos o conceito de gozo feminino, a partir das fórmulas lógicas escritas na tábua da sexuação, a fim de abordar uma vertente da sexualidade feminina que seria não-toda abordada pelo falo. Nesse sentido, percorreremos sobre a impossibilidade das mulheres formarem um conjunto, o que levará Lacan ao seu famoso aforisma: A mulher não existe. A partir dessa ideia, abordaremos a sexualidade feminina pela via do excesso. Sendo assim, não formando um universal, o que nos levará à concepção a ideia de que o feminino seria um conjunto aberto ao infinito. A partir dessa lógica de um excesso, e não de um menos, que será possível abordar os fenômenos da sexualidade feminina. Neste trabalho, então, buscamos apontar para a direção de que uma mulher, sem representação possível para o seu ser deve, portanto, se inventar, uma a uma. Esse trabalho, por sua vez, aponta para a escrita, seja essa na análise ou na letra.