O presente trabalho busca levantar algumas considerações sobre a saúde mental dos adolescentes em um contexto de inversão geracional familiar, no qual, ocupam, muitas vezes, o papel de cuidador dos demais membros da família, mesmo que não estejam aptos emocionalmente para tal. Inicialmente, investiga-se os aspectos da adolescência e seus processos e a noção de família. Em seguida, examina-se o processo de parentalização. Por fim, realiza-se uma discussão sobre as repercussões da parentalização na saúde mental dos adolescentes, a partir de fragmentos de uma ilustração clínica. Considera-se que a reflexão acerca da parentalização é um tema, ainda, pouco debatido na literatura brasileira, especialmente, com ênfase na adolescência. Em um país como o Brasil, em que se há grande defasagem socioeconômica e alta taxa de abandono paterno, cabe a observação de quem está suprindo responsabilidades parentais e de que forma isso está sendo feito.