O avanço no consumo de substâncias psicoativas tem se configurado como uma questão de saúde pública. A problemática desse aumento ganha ênfase a partir dos quadros de abuso, visto o índice de comorbidades se tornar proeminente. Dentre os transtornos psiquiátricos com o maior grau de manifestação comórbida ao abuso de substâncias na clínica contemporânea, cabe o destaque para o Transtorno Depressivo Maior. Sua expressão é diretamente proporcional ao aumento nas taxas de agressividade, detenção, comportamento suicida e outros agravos. Acrescenta-se que a superposição de sintomas prejudica o diagnóstico, o tratamento e, por conseguinte, o prognóstico dos quadros. Não obstante, a carência de estudos atualizados a essa manifestação repercute na dificuldade de uma adequada prestação de serviços à população. Trata-se de uma demanda que transpassa a esfera individual, trazendo repercussões econômicas e sociais. Em vista desse cenário, o presente trabalho se propõe a compreender as interfaces dessa manifestação, alinhando intervenções psicoterápicas e farmacológicas que possibilitem um caminho à melhora na qualidade de vida desses pacientes.