A presente monografia se insere no campo de estudos sobre subjetividades contemporâneas e tecnologia digital, investigando especialmente a vivência do corpo nas redes sociais. Considerando a produção de subjetividades e categorias de sujeito próprias ao cenário atual, no qual testemunha-se uma real invasão da tecnologia digital em nossa cultura, o objetivo principal deste estudo é analisar como a cultura digital incide no registro do corpo, e a sua circunscrição na normatividade do olhar e das imagens nas redes sociais. Assim, busca-se compreender a função imperativa do olhar na lógica digital, e seus efeitos na percepção que os indivíduos têm de sua imagem corporal. Em particular, examina-se o imperativo de corpo belo hoje, a partir da manipulação de imagens digitais através do uso de filtros e o aumento da procura por cirurgias plásticas e procedimentos estéticos. Destaca-se que o ato de compartilhar fotos de si nas redes sociais se tornou parte da dinâmica narcísica do sujeito contemporâneo, na qual o reconhecimento social parece ter se deslocado para o reconhecimento digital, expresso por meio de curtidas, comentários e compartilhamentos. Essas reflexões indicam possíveis impactos do ato de ver e ser visto nas telas, renovando a discussão sobre a relação entre o sujeito, sua imagem especular e o Outro na cultura digital.