O presente trabalho tem como objetivo explorar a interseção entre o uso terapêutico dessas substâncias e a teoria junguiana. Pretende-se aprofundar a compreensão dos estados alterados de consciência e seu potencial terapêutico, bem como investigar como a abordagem junguiana pode enriquecer a análise das experiências psicodélicas. Para tal, utilizou-se uma abordagem qualitativa para explorar a ligação entre a teoria de Carl Gustav Jung e a aplicação terapêutica de psicodélicos. O estudo incluiu uma revisão bibliográfica, considerando trabalhos de Jung e outros autores importantes, como Stanislav Grof, William Richards, Gary Clark e Scott Hill, que contribuíram significativamente para essa área. Com base no exposto, vê-se que a abordagem junguiana enfatiza estados alterados de consciência como portais para compreender o inconsciente e alcançar a individuação. Tais estados, ligados ao si-mesmo da psique, unem polaridades internas, acessíveis por meio da meditação e introspecção, transcendendo o ego e conectando-se a algo maior. Revelam imagens arquetípicas cruciais para a jornada psicológica, enriquecendo o desenvolvimento pessoal. Jung associa esses estados a mergulhos na psique, fundamentais para compreender o ser humano e seu potencial de crescimento. Destaca-se que, desde sonhos até práticas psicodélicas, esses estados representam janelas para o inconsciente. A terapia junguiana com psicodélicos sublinha a importância de um ambiente seguro para explorar o inconsciente emergente. A integração consciente desses insights é vital para a transformação pessoal, alertando para os riscos do uso recreativo desassistido. Conclui-se que, explorados e integrados de modo terapêutico, os estados alterados de consciência têm o potencial de transformar a compreensão da psique humana e o processo de individuação, conforme a Psicologia Junguiana delineia.