Inspirado por experiências voluntárias com crianças em situação de vulnerabilidade social em diversas comunidades do Rio de Janeiro, o presente trabalho apresenta uma releitura de fatos históricos sobre as formas de socialização, desde meninas a mulheres, ao longo do tempo, marcadas por uma perspectiva patriarcal e colonialista de opressão e por demarcações interseccionais. A presente pesquisa tem por objetivo explorar um campo de estudo complexo que é a criação de meninas. Nessa perspectiva, o foco será questionar os marcadores de gênero que foram construídos e fixados, tendo como ponto central a reflexão de que esse papel social atribuído às mulheres não foi por acaso, mas sim, uma peça fundamental para a constituição do sistema capitalista. Para entender esse fenômeno, trabalhamos principalmente com as ideias feministas de Simone de Beauvoir, Silvia Federici, Chimamanda Ngozi, e, em uma perspectiva brasileira, os trabalhos de Flávia Maria Pfeil, também inspirado em vivências em escolas públicas.