A Organização Mundial da Saúde estima que cerca de 8,1% das mulheres e 5,4% dos homens com mais de 65 anos vivem hoje com demência. Nesse cenário, a busca por intervenções eficazes que melhorem a qualidade de vida dessas populações tem levado ao desenvolvimento de estratégias inovadoras, como a estimulação cognitiva. Tal abordagem terapêutica, fundamentada em princípios neurocientíficos, visa manter ou melhorar as funções cognitivas e emocionais por meio de atividades específicas. Tendo em vista a relevância atual da problemática, o objetivo do presente trabalho é introduzir a temática da estimulação cognitiva em idosos com demência. A metodologia foi de revisão bibliográfica dos temas de pesquisa, sendo o levantamento feito nas plataformas Google Acadêmico e Scielo, a partir de palavras chave como estimulação cognitiva e demência. Em um primeiro momento, serão trazidas as bases e princípios gerais da estimulação cognitiva, onde se destaca sua relação com a noção de neuroplasticidade - a capacidade do cérebro de reorganizar suas conexões neuronais em resposta à experiência e ao aprendizado. A seguir, é feito um enfoque desta abordagem no tratamento de idosos com demência, onde são explicitadas algumas das principais técnicas utilizadas, assim como os benefícios apresentados. Estudos clínicos recentes demonstraram que programas estruturados de estimulação cognitiva podem levar a melhorias mensuráveis na memória, atenção e capacidade de resolução de problemas. Além dos benefícios cognitivos, a estimulação cognitiva também tem sido associada a melhorias no humor e no comportamento, promovendo um senso de realização e autoestima. Ainda, se coloca a questão da redução do estresse dos cuidadores. Por fim, são apresentadas algumas problemáticas gerais do campo atual, como lacunas que ainda existem na compreensão da complexidade da estimulação cognitiva em diferentes fases e tipos da doença, além de dimensões éticas e sociais que devem ser levadas em consideração. Conclui-se que a estimulação cognitiva em idosos com demência é um campo multifacetado que está em constante evolução com o avanço da pesquisa científica e tecnológica, sendo de fundamental importância o incentivo ao desenvolvimento de intervenções mais eficazes e acessíveis para melhorar a saúde cerebral e a qualidade de vida dessas populações.