Os esquemas iniciais desadaptativos (EIDs) são padrões de funcionamento que se originam nas relações familiares constituídas na infância/adolescência, são reproduzidos nas demais interações interpessoais e agem como um filtro para a percepção de situações ao longo do ciclo vital. Os EIDs podem, por exemplo, enviesar a percepção sobre o suporte familiar. O suporte familiar, essencial ao desenvolvimento do indivíduo, refere-se à qualidade percebida das relações estabelecidas com os familiares e do apoio recebido deles. Os EIDs e o suporte familiar percebido relacionam-se com o bem-estar, contudo, não estão claras as relações entre esses construtos e seus impactos individuais no bem-estar. O objetivo deste trabalho foi testar relações entre os esquemas iniciais desadaptativos, a percepção de suporte familiar e bem-estar no modelo PERMA. Para tanto, aplicou-se um questionário contendo instrumentos para acessos os EIDs, o suporte familiar e o bem-estar em 229 participantes, média de 26,1, a maioria mulheres (82,5%). Os resultados revelaram que os EIDs se correlacionam positivamente com as emoções negativas e com o sentimento de solidão do modelo PERMA. Ao mesmo tempo, os EIDs apresentam correlações negativas com o bem-estar geral e com os fatores do suporte familiar. Bem-estar e percepção de suporte familiar mostraram-se positivamente correlacionados entre si. Uma análise de regressão linear múltipla revelou que quando os EIDs, o suporte familiar percebido e o apego adulto são incluídos em conjunto como preditores do bem-estar, apenas dois fatores dos EIDs explicam significativa e negativamente 52% da variância do bem-estar geral: Dependência - Incompetência e Desconfiança/Abuso. Esses resultados revelam que os EIDs podem atuar como importantes limitadores da saúde mental e florescimento humano.