O objetivo da monografia é investigar se o estabelecimento de um governo de base popular na Venezuela, liderado por Hugo Chávez, provocou alterações no conteúdo de sua política para a integração regional, mais precisamente para o Mercosul, a CAN, a Alba e a negociação da Alca. A hipótese cuja correção se pretende verificar é a de que, com a chegada de Chávez ao poder, houve transformações substanciais na política venezuelana para a integração, como a ampliação da cooperação sul-americana no setor energético e de transportes, a maior defesa de recursos minerais da região e da Amazônia, a ampliação do poder de barganha nas negociações hemisféricas, a defesa da limitação da influência norte-americana na região, a maior ênfase nas discussões acerca de questões sociais e a aproximação com países latinoamericanos cujos governos também são de base popular, como Bolívia e Cuba. Tais mudanças foram possíveis, pois, ao satisfazer as demandas domésticas por meio de programas assistencialistas sustentados pela ajuda econômica advinda da venda do petróleo, Chávez conseguiu conquistar apoio doméstico às suas propostas políticas para a região, o que lhe conferiu maior poder de barganha e legitimidade para defender seus interesses quanto às questões de integração regional no nível externo.