Nos últimos 10 anos, assistimos a intensificação das relações entre China e África como conseqüência do enorme crescimento econômico chinês e do aumento da sua demanda por matérias-primas. Hoje, o principal interesse africano da China está na busca por fontes de recursos naturais, principalmente o petróleo, devido ao seu quadro de insegurança energética e à dificuldade do acesso a este commoditie junto aos fornecedores tradicionais que destinam sua produção, prioritariamente, aos EUA e a Europa. Desta forma, devido à entrada tardia no mercado internacional de energia, as empresas chinesas estão se posicionando de forma agressiva no continente africano, buscando garantir o acesso estável e seguro aos campos de petróleo e gás natural que fortaleçam o seu poder nacional e a segurança do Estado frente às incertezas do sistema internacional. Para tal, a estratégia chinesa para garantir o acesso a estes campos é a política aid-for-oil que consiste em trocar os direitos de exploração do petróleo e gás natural africanos por investimentos, créditos e empréstimos chineses destinados aos países produtores de petróleo do continente. Este trabalho tem como objetivo analisar a cooperção energética entre a China e a África e as conseqüências desta parceria para os atores da relação sino-africana e aos demais países do sistema internacional.