Atualmente, em um mundo globalizado, a saída de capitais em direção às jurisdições fiscalmente vantajosas é vista como um problema por uma parte importante dos países. Essa migração de recursos - sobretudo aquelas consideradas ilegais, as evasões fiscais - é vista por esses Estados como potenciais ameaças às suas receitas. Frente a uma onda de competição fiscal internacional levada a cabo pelos países apelidados de paraísos fiscais, os demais Estados tentam se proteger da dilapidação de suas bases de arrecadação. Para tal, buscam articularem ações no sistema internacional através, principalmente, de organizações internacionais. O objetivo deste trabalho é avaliar quais são esses atos e as possibilidades em sua eficácia. Para tal, é utilizado o conceito de regimes internacionais. A partir disso, faz-se uma apresentação das idéias da Escola Inglesa sobre a sociedade internacional e sua estrutura constitucional do sistema internacional. Com isso em mente, apresenta-se uma exposição das evasões fiscais e seu elemento catalisador principal, os paraísos fiscais. Soma-se a isso uma consideração sobre as políticas adotadas e sugeridas principalmente através dos fóruns internacionais até então para combater o problema. Conclui-se então que o limite de ação para os países insatisfeitos com o que chamam de competição fiscal danosa é mais estreito do que se pode pensar. Apoiando-se em modelos analíticos da teoria de regimes internacionais, sinaliza-se que, políticas que eventualmente venham a ser adotadas e, de fato, combatam o problema de forma verdadeiramente eficaz, podem também representar precedentes perigosos que colocariam em cheque questões muito mais fundamentais sobre a natureza da organização do sistema internacional.