O presente trabalho tem como objetivo analisar como as crenças emocionais que permeiam as memórias traumáticas afetam as relações sino japonesas. Isso será atingido principalmente, mediante análise do discurso adotado pelo governo chinês a partir da década de 1980 sobre os crimes cometidos pelos soldados japoneses durante a Segunda Guerra Sino Japonesa. Partindo de noções pós-estruturalistas da construção da memória coletiva, assumirei que trauma também é uma construção social e mapearei o resgate da narrativa do evento na China. Concluirei afirmando que a linguagem adotada caracteriza uma vitimização da China e coloca o japonês como a alteridade da identidade chinesa, permitindo inferências por parte da população chinesa de que o japonês, de maneira generalizada, seria mau.