A presente pesquisa tem como objetivo analisar criticamente a lógica dos campos de refugiados como forma de fornecimento de proteção humana e assistência humanitária. A problemática central dessa pesquisa consiste no estabelecimento crescente de campos de refugiados sob o argumento do humanitarismo a despeito da resposta humanitária insatisfatória dada a essas pessoas. Argumento que, muito embora a lógica do campo de refugiados seja embasada num argumento humanitário, o confinamento físico e político traz implicações contraproducentes ao objetivo de proteção humana. O conceito de biopolítica é utilizado para amparar teoricamente a pesquisa realizada. Por fim, dois casos são utilizados para fundamentar a pesquisa em termos práticos: refugiados somalis no complexo de Dadaab, Quênia, e refugiados ruandeses nos campos de refugiados de Goma, República Democrática do Congo.