O processo de transição energética é fundamental para redução das emissões dos gases de efeito estufa na atmosfera. O setor marítimo, responsável por 3 por cento das emissões globais, também é uma peça importante para a transição. A Organização Marítima Internacional tem como meta, até 2030, operar com uma mistura contendo pelo menos 5 por cento de biocombustíveis na concentração do diesel marítimo convencional. O seguinte estudo tem como foco avaliar o impacto de combustão de misturas ternárias contendo diesel marítimo e biocombustíveis como etanol e biodiesel, sob diferentes concentrações na mistura através da ferramenta de simulação numérica CONVERGE CFD. As simulações ocorreram em um motor pré modelado pelo software com os seguintes parâmetros: 2440 cilindradas, razão de compressão de 16 e velocidade de rotação de 1600 rpm. Essa configuração se manteve a mesma para todas as simulações das 8 misturas envolvidas, são elas: 100 por cento de diesel marítimo (DIESEL), 3 misturas binárias contendo 5 por cento, 15 por cento e 30 por centode etanol na mistura com diesel marítimo (DE05, DE15 e DE30, respectivamente), seguida por uma mistura binária de 20% de biodiesel com a mistura de diesel marítimo (B20), finalizando com 3 misturas ternárias contendo 20 por cento de biodiesel e concentrações variáveis de etanol (5 por cento, 15 por cento e 30 por cento) na mistura de diesel marítimo (B20E05, B20E15 e B20E30, respectivamente). As misturas contendo biodiesel demonstraram resultados promissores com relação a taxa de liberação de calor, a mistura B20E30 demonstrou o melhor resultado, com um acréscimo de 42,82 por cento comparado ao DIESEL, além de ter a maior eficiência entre as misturas 4,17 por cento acima do DIESEL. Entretanto, essa mistura demonstrou o pior resultado nas emissões de fuligem e CO2, com o aumento de 19,67 por cento e 17,02 por cento comparado ao DIESEL, respectivamente. O B20 demonstrou os melhores resultados para a redução das emissões de HC e CO comparado ao DIESEL, com reduções de 72,72 por cento e 73,61 por cento, respectivamente. O uso do etanol com diesel marítimo impactou negativamente as emissões. O DE30, demonstrou o pior resultado nas emissões de NOx, HC e CO, com acréscimo de 19,67 por cento, 4,80 por cento e 5,58 por cento respectivamente.