A construção de significados por meio da interação social tem respaldo nas abordagens teóricas de Vygotsky, Bahktin e Halliday e vem confirmar a necessidade de se adotar no ensino uma visão mais abrangente de ciências e de significado científico. O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) além de ser utilizado tem como forma de seleção para acesso ao Ensino Superior, tem sido usado para avaliar os sistemas de Ensino no Brasil. Entender as especificidades do que é exigido nas questões do ENEM e do que se apresenta no conteúdo dos livros didáticos (LD) de Biologia utilizados no Ensino Médio é imprescindível para escolhas dos caminhos a serem seguidos para uma melhor orientação dos alunos em sua formação escolar e sucesso nos exames de vestibular. Dada essa importância, o presente estudo buscou realizar uma análise das questões de Biologia das provas do ENEM ocorridas em 2013, 2015 e 2017 em relação ao discurso contido nos LDs de Biologia de Ensino Médio, de modo que poderá auxiliar os professores das escolas estaduais no desenvolvimento das habilidades cognitivas dos alunos. Das 94 questões de Biologia do ENEM, observou-se a predominância do tema de Ecologia abordados nos anos analisados, delimitando dessa maneira, o uso dos quatro capítulos de Ecologia de coleções diferentes de LDs. Além disso, foi-se contatado uma grande presença de questões no ENEM do tipo conteudista, reforçando a alta cobrança da ‘memorização’ de conteúdo, o que pode tornar o ensino fragmentado e isolado, e desinteressante para o aluno. Dito isso, ao analisar os discursos dos LDs, podemos perceber que todos os processos são altamente detalhados, além disso, muitos dos exemplos utilizados também fazem parte na formação das questões do ENEM. Adicionalmente, os LDs não apenas exemplificam as temáticas, como também trazem notícias/informações adicionais, leituras complementares, exercícios e tópicos para serem debatidos em grupo, evidenciando uma tentativa de contextualização com o aprendiz. Os usos dos LDs devem ser de forma auxiliar para facilitar o aprendizado dos alunos, o discurso deve ser aplicado numa perspectiva sócio-histórico-cultural, a fim de reforçar o contexto social e histórico em que os aprendizes estão inseridos.