Título: | TUDO FALA À SUA MANEIRA GÊNEROS LITERÁRIOS DA NAÇÃO E DO MUNDO NO ULYSSES, DE JAMES JOYCE | ||||||||||||
Autor(es): |
JOAO MARTINS PINHEIRO DIAS PEREIRA |
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Colaborador(es): |
JOAO DE AZEVEDO E DIAS DUARTE - Orientador |
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Catalogação: | 24/NOV/2023 | Língua(s): | PORTUGUÊS - BRASIL |
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Tipo: | TEXTO | Subtipo: | TRABALHO DE FIM DE CURSO | ||||||||||
Notas: |
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Referência(s): |
[pt] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/TFCs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=65110@1 |
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DOI: | https://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.65110 | ||||||||||||
Resumo: | |||||||||||||
Este trabalho explora o tratamento da condição nacional no Ulysses, de
James Joyce. Entendemos que há no texto uma diferença fundamental entre o
nacionalismo em sentido estrito e a condição nacional, uma maneira mais sutil e
irrefletida – menos rígida – de identificação com uma comunidade nacional. Em
contraponto aos nacionalismos, a condição nacional é tratada no texto de modo ao
mesmo tempo menos reducionista e mais favorável. Nossas principais categorias
de análise são os gêneros épico e romanesco, tidos aqui não como moldes rígidos,
mas como ânimos dinâmicos da literatura cujas funções operam simultaneamente
no Ulysses. Detemo-nos em dois episódios que mostram bem essa configuração.
Em “Ciclope”, um episódio intensamente investido na questão nacional, a
composição romanesca do livro sugere tanto uma imagem da simultaneidade
heterogênea da nação – reunindo e imbricando categorias sociais, profissionais,
étnicas, textuais, etc – quanto a desautorização paródica e mordaz do
nacionalismo irlandês, exposto ao ridículo justamente por vir envolto em um
dissonante registro épico: grandiloquente e obcecado pelo passado. Em “Gado do
Sol”, Joyce adultera e desautoriza o cânone organizado das antologias nacionais
inglesas, o que, ao final do episódio, culmina na justaposição entre os grandes
textos dessa tradição e idiomas estrangeiros, extraliterários e desorganizados. Aí
percebemos uma manifestação da nova forma adquirida pela epopeia na
modernidade, o “texto-mundo” (Franco Moretti), irrestrito a fronteiras nacionais –
uma expressão do sistema mundo capitalista, em que o enciclopedismo épico
assume uma forma irônica e inconclusiva. Defendemos a tese de que Joyce
dessacraliza romanescamente as formas estritas do nacionalismo, irlandês, em um
caso, e inglês, no outro, ao mesmo tempo em que expande o sentido da condição
nacional por meio da abertura épica moderna – ele parece lidar com a questão
nacional de um ponto de vista cosmopolita, ao mesmo tempo aberto e crítico
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