O presente artigo tem como objetivo analisar o lugar do apátrida nas relações internacionais. Para isso, primeiramente são expostas questões teóricas fundamentais para o tema, como a formação do sistema de Estados que cria o apátrida como categoria, o conceito de cidadania e a discussão entorno do direito a ter direitos. Posteriormente, os arcabouços do Direito Internacional que lidam com o apátrida são trabalhados, tratando mais especificamente do Regime de Proteção Internacional aos apátridas e o papel do ACNUR neste. Os limites e críticas a esse mesmo regime também são trazidos à tona. Por fim, a partir do exposto anteriormente, a pergunta do lugar do apátrida nas relações internacionais é explorada mais a fundo. O argumento central é de que o apátrida é excluído e entendido como problema pelo mesmo sistema que o cria como categoria, ao mesmo tempo que também desestabiliza o discurso que sustenta esse sistema.