Esta pesquisa tem o objetivo de analisar o Plano Nacional de Adaptação, para compreender se tem impacto ou não na produção de resiliência e capacidade de enfrentar as mudanças do clima para os agricultores familiares do semiárido nordestino, um dos grupos mais vulneráveis pelas mudanças do clima no país. Para isto, discorre-se a relação intrínseca e histórica da agricultura com o debate de adaptação às mudanças do clima nas negociações no âmbito da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Posteriormente, são apresentados os impactos postos pelas mudanças do clima a agricultura familiar do semiárido, além de discorrer sobre as previsões climáticas para a região e desafios socioeconômicos que dificultam ainda mais o processo de enfrentamento às mudanças do clima, ressaltando dessa maneira a necessidade de se ter um olhar mais preciso sobre as políticas de adaptação para o semiárido. Com isso, ressalta a influência das discussões no âmbito internacional na construção da agenda climática brasileira e na elaboração do Plano Nacional de Adaptação, a partir da teoria de jogos de dois níveis de Robert Putnam (2010). Por fim, o presente estudo traz uma análise das políticas de adaptação voltadas para a agricultura familiar no semiárido, demonstrando a situação atual de cada uma delas e finalizo apresentando um debate sobre o papel das políticas de adaptação para alcançar a justiça climática e ambiental.