As doenças endêmicas são caracterizadas pela incidência constante de uma enfermidade em uma determinada região ou população específica. Essas doenças são encontradas em 149 países e afetam atualmente mais de 1 bilhão de pessoas, ocasionando uma carga global tanto para os sistemas de saúde, como para a economia e para as operações humanitárias. As doenças endêmicas atingem geralmente as populações mais pobres e socioeconomicamente mais vulneráveis, que vivem em regiões onde as condições de moradia, saneamento básico, escolaridade e os sistemas de saúde são precários. O presente estudo se propõe a analisar as doenças endêmicas mais frequentes no território brasileiro, bem como levantar as tecnologias e métodos utilizados para mitigar os impactos dessas doenças e mapear os aspectos logísticos e de gestão mais críticos à luz das operações da cadeia de suprimentos humanitária. A partir de um levantamento documental e bibliográfico, foram selecionadas 5 doenças endêmicas para compor este estudo: dengue, doença de chagas, esquistossomose, leishmaniose tegumentar e malária. Foram identificados os principais aspectos de cada doença, como formas de contágio, sintomas, métodos e tecnologias de prevenção e tratamento, além dos desafios logísticos e das estratégias de combate às doenças selecionadas. Com essa análise foi possível perceber que a maioria das operações de combate às doenças endêmicas depende de uma grande mobilização de recursos materiais e financeiros e mão de obra para atingir a erradicação dessas doenças, tendo o governo como o principal responsável pelo financiamento. Para evitar depender apenas de interesses políticos, foi observada uma oportunidade de mitigação das doenças por meio da conscientização e treinamento da população em relação às medidas preventivas, uso correto dos materiais disponibilizados para prevenção, como por exemplo, redes de mosquiteiros impregnados com inseticida para combater a malária, bem como a necessidade de mudança de alguns hábitos culturais da população.