O presente trabalho observa o papel de movimentos de resistência feminista com ocupação dos espaços públicos durante o Carnaval de rua da cidade do Rio de Janeiro, como questionadores de um modelo urbano que tradicionalmente desconsidera as questões de gênero e, à contrário senso, contribui não para o empoderamento e liberdade de todos os cidadãos, mas para a manutenção de estruturas de poder e dominação opressoras. Nesse contexto, propõe-se um estudo referência, com análise das práticas do Bloco Mulheres Rodadas, que se apresenta como o primeiro bloco feminista carioca. Adota-se uma abordagem multidisciplinar com a análise de um caso referência e aplicação de questionários estruturados anônimos, para ao fim observar como o Mulheres Rodadas congrega, dentro de suas estruturas e vivências, noções e pautas que põe em xeque o machismo e as opressões vividas pelas mulheres nas cidades, levando tais demandas para a rua, aonde inspiram e propõe uma ideia utópica desejada para os espaços urbanos.