A presente monografia tem por objetivo demonstrar o antagonismo entre os dois mundos separados pelos muros do complexo penitenciário, bem como a maneira que os valores e padrões prisionais impregnam e afetam todos aqueles que integram a sociedade do cárcere - seja de forma temporária, seja mais duradoura. Dessa forma, o estudo inclui um decorrer histórico acerca da solidificação do caráter sancionatório da prisão, adquirido por demandas políticas e econômicas. As reflexões sobre o sistema retributivo-punitivo atual - muito distante de efetivar a tão visada ressocialização, por ser inatamente contraditório em suas finalidades -, com maior enfoque na realidade dos presídios brasileiros, deflagram a urgência de uma mudança de paradigma cultural, sugerindo-se a implementação de uma concepção de justiça restaurativa, sem descartar a inevitabilidade de um período de transição. Visto que a dinâmica restaurativa trabalha com ferramentas de autoimplicação, delinquentes com perfis psicopáticos revelam-se uma exceção, sendo imperioso o estímulo de neurônios-espelho na atividade cerebral desses indivíduos com carência de empatia.