Estudos evidenciam que a diáspora africana resultou em mais de 15 milhões de africanos arrancados de suas terras, tendo o tráfico atlântico influenciado um dos grandes empreendimentos comercias e culturais que configurou o mundo moderno e a ideia de um sistema econômico mundial (Reis e Gomes, 2008). Reis estima que o Brasil recebeu aproximadamente 40 por cento dos escravos africanos. Durante os mais trezentos anos de escravidão os africanos e seus descendentes construíram a principal força de trabalho: movimentando engenhos, minas, plantações, fábricas e salões. Esses africanos deixaram marcas sobre vários outros aspectos no que se refere à cultura material e espiritual desse país: agricultura, culinária, religião, música, artes, arquitetura, etc. Como explicita Gomes (2011), considerando nossa extensão territorial e o impacto do tráfico africano transatlântico, existiram milhares de comunidades que atravessaram entre os séculos XVI e XXI, denotando não apenas a quantidade, mas também a densidade de mocambos e quilombos.