O estudo proposto a seguir parte de um banco de dados desenvolvido pelo Laboratório da Representação Sensível. Considerado na época um objeto masculino, o foco no uso do cigarro por mulheres reflete o interesse por esta nova apropriação transgressora, em que o ato de fumar representa a emancipação feminina. Foram importantes fatores desta nova percepção em relação ao cigarro: as reivindicações das mulheres através da imprensa feminina, e a nova percepção que adquiriram de si mesmas através de novas imagens das mulheres veiculadas na imprensa para fins comerciais. A inserção de fábricas de maior porte, como a Souza Cruz, novos meios de transporte e fabricação levaram o produtos a diversas regiões e facilitaram o acesso de mulheres e crianças, juntamente com políticas de propagandas e distribuição de brindes. O cigarro tornou-se, apesar da conotação de depreciação moral, um símbolo de modernidade e juventude, juntamente com o café. Eram as novas gerações desejando, mesmo que ainda timidamente, a sua emancipação.