Em muitas revendas o financiamento tornou-se essencialmente um negócio mais rentável do que a venda do automóvel em si. Muitos descontos concedidos eram compensados pela rentabilidade auferida dos financiamentos. No primeiro semestre de 2000, as empresas financeiras das montadoras já disponibilizaram o maior volume desde 1996, R$ 3,04 bilhões, contra R$ 1,3 bilhões em igual período de 1999, o que significa um crescimento de 139%. Segundo a ANEF, o prazo médio para a compra financiada que era de 22 a 27 meses em 1999, agora, em 2000, as empresas chegam a oferecer planos de 36, 48 e até 60 meses! As taxas de juros para o financiamento de automóveis caíram de 3% ao mês no início de 2000 para 1,8% ao mês em setembro deste ano. A conjugação dos seguintes fatores favoráveis: queda das taxas de juros; aumento dos prazos; veículos populares a preços mais acessíveis; confiança dos consumidores na manutenção do emprego; tendência de crescimento da economia; estabilidade dos índices de inflação; instrumentos de financiamento mais eficientes; e finalmente, o aumento da demanda provocada pelo efeito redistributivo da renda; possibilitam ao novo consumidor o acesso ao mercado de veículos. Sem dúvida, podemos esperar que uma grande parcela deste novo público consumidor que vai sendo agregado ao mercado de veículos o seja via financiamento, dada a insuficiência de sua renda para a compra à vista.