Título: | A REDAÇÃO DE VESTIBULAR COMO GÊNERO: CONFIGURAÇÃO TEXTUAL E PROCESSO SOCIAL | |||||||
Autor: |
JOSYELE RIBEIRO CALDEIRA |
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Colaborador(es): |
LUCIA PACHECO DE OLIVEIRA - Orientador |
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Catalogação: | 11/SET/2006 | Língua(s): | PORTUGUÊS - BRASIL |
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Tipo: | TEXTO | Subtipo: | TESE | |||||
Notas: |
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Referência(s): |
[pt] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=8984&idi=1 [en] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=8984&idi=2 |
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DOI: | https://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.8984 | |||||||
Resumo: | ||||||||
Esta pesquisa tem por objetivo estudar a redação de
vestibular enquanto
gênero discursivo, visando caracterizar sua estrutura
textual e enfocá-lo como um
processo social dentro do contexto pedagógico. Buscando
embasamento teórico
na lingüística sistêmico-funcional (Halliday, 1994,
Martin, 1989), nos estudos de
gênero (Marchuschi, 2002) e em teorias de argumentação
(Perelman, 1993,
Breton, 1998), coletou-se um corpus de 135 redações,
selecionadas de acordo com
as notas a elas atribuídas. Os textos foram escritos por
candidatos a cursos de
diferentes áreas de três instituições de ensino superior,
duas públicas e uma
particular, localizadas em diferentes Estados do país.
Como parte da análise foram
observados os parâmetros de configuração textual do gênero
através da
identificação de tipos textuais e da descrição de
estruturas argumentativas
presentes nos textos. A redação de vestibular foi também
estudada em termos de
processos sociais, a partir da análise da sua relação com
o contexto sócio-histórico
e do uso de marcas de subjetividade e identidade
discursivas presentes nos textos.
A análise possibilitou ainda a caracterização do gênero
estudado face ao discurso
acadêmico, situando-o em uma esfera mais ampla, ou seja,
partindo de sua
materialização nos textos e relacionando-o ao contexto
acadêmico. Os resultados
da pesquisa mostram que os candidatos utilizam em suas
redações diferentes tipos
textuais, bem como diversos tipos de argumentos, sendo
freqüentes as narrativas e
os argumentos que indicam afetividade. Estas
características, bem como o uso
recorrente de um esquema simplificado de argumentação, o
uso constante
explicitação do contexto (Biber, 1988, Oliveira, 2002) e o
uso pouco constante de
nominalizações que possibilitam a expressão de idéias
abstratas em detrimento de
processos, expressos por verbos que retratam ações
(Halliday,1994), parecem
contribuir para a caracterização dos textos como pouco
acadêmicos, frustrando as
expectativas dos avaliadores, e levando-os a serem
avaliados pelas bancas como
pouco eficientes. Por outro lado, o uso de argumentos
criativos, dotados de humor
e considerados como eficientes, bem como o uso reduzido de
marcas de subjetividade demonstram estarem os textos em
consonância com exigências do
discurso acadêmico. Esta pesquisa, portanto, mostra ser
esse um gênero que
apresenta ao mesmo tempo vários movimentos constitutivos
inerentes ao discurso
acadêmico e aspectos dissonantes, típicos de um texto não
acadêmico, sendo por
isso relevante o estudo de sua caracterização discursiva e
papel social, com vistas
ao ensino de escrita no contexto pedagógico brasileiro.
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