O tratamento de mulheres usuárias de álcool e outras drogas vem sendo alvo de interesse de especialistas e pesquisadores de forma mais intensa a partir dos anos de 1980. Esta dissertação discute a questão da assistência destas mulheres em dois centros de tratamento públicos do Estado do Rio de Janeiro. A análise parte da categoria gênero e do conceito de violência de gênero a partir do debate das Ciências Sociais, uma vez que a tendência historicamente predominante fundamenta-se numa visão mais biológica e psicológica. Objetiva qualificar se há uma especificidade no atendimento a elas oferecido, como também estabelecer possíveis relações entre os espaços de tratamento e a questão da reprodução da violência de gênero. Numa proposta crítica, intenciona estimular os interessados no assunto a questionar as bases da assistência que vem sendo disponibilizada a tais mulheres e ainda apontar prováveis caminhos para uma assistência mais efetiva, que englobe a singularidade de gênero.