O estudo apresentou uma investigação empírica sobre a masculinidade hegemônica e professoral no contexto escolar, com base nas concepções de professores e professoras em uma escola pública de referência na cidade do Rio de Janeiro. A tese tem como objetivo central compreender os sentidos da masculinidade no exercício da docência na perspectiva desses docentes. Para tal, foram tensionadas as respectivas questões: (1) O que é ser-homem na sociedade e na escola para professoras e professores da educação básica?; (2) Quais os modelos de masculinidade que existem vigentes nas concepções de professoras e professores? (3) Há diferenças em relação aos gêneros? (4) De que forma a masculinidade pode contribuir para a compreensão da atuação docente na escola e em suas práticas pedagógicas? (5) Qual o papel da escola, enquanto lugar para discussões sobre esse assunto? (6) Que elementos da atuação docente repercutem (ou não) nas concepções investigadas? O trabalho, de caráter qualitativo, se caracterizou pela metodologia da triangulação dos dados com a elaboração de dois instrumentos metodológicos: questionários e entrevistas semiestruturadas. As questões do questionário e as perguntas da entrevista se basearam em aspectos da masculinidade na sociedade e no exercício da docência na escola. Participaram da pesquisa vinte professores: onze mulheres e nove homens (nos questionários) e nas entrevistas (cinco mulheres e quatro homens). O referencial teórico principal se fundamentou nos estudos de gênero (Scott; Louro), masculinidades (Connell) e na docência (Nóvoa; Tardif). Os resultados apontaram para o predomínio da igualdade de gênero entre os participantes, com destaque para os docentes homens. Na docência das mulheres, se percebeu um posicionamento que defende a igualdade de gênero e ao mesmo tempo reconhece e enfrenta a desigualdade presente na escola. Além de defender sua posição no magistério como uma forma de legitimação profissional de sua carreira na docência. A docência dos homens se configurou pelo reconhecimento e estruturação da masculinidade professoral. A caracterização dela inclui a equidade de gênero, a expressão emocional dos homens, a prática do diálogo, e o exercício do afeto que transcende o modelo hegemônico tradicional de masculinidade.