Esta dissertação examina a interseção entre mito, feminismo e quadrinhos no Brasil, explorando como os mitos sobre as mulheres são construídos, perpetuados e desafiados por meio da narrativa visual. Aplicando a abordagem semiológica de Roland Barthes ao mito, este estudo identifica temas recorrentes relacionados à beleza, corpo, sexualidade, maternidade e saúde mental nos quadrinhos e cartuns feministas. A pesquisa é conduzida por meio de uma combinação de análise visual e investigação baseada na prática, utilizando exemplos de cartunistas feministas brasileiras proeminentes, bem como a própria prática artística da autora. O estudo traça o desenvolvimento histórico dos quadrinhos feministas, desde as primeiras caricaturas políticas até os webcomics contemporâneos, destacando os desafios e conquistas das cartunistas no Brasil. Além disso, aborda o contexto sociopolítico mais amplo em que esses quadrinhos são produzidos, considerando questões de gênero, raça e representação. Ao analisar a linguagem visual e os símbolos recorrentes nos quadrinhos feministas brasileiros contemporâneos, esta dissertação revela como esses quadrinhos ressignificam mitos tradicionais, transformando os em ferramentas de resistência e empoderamento. Por fim, esta pesquisa contribui para a compreensão dos quadrinhos como uma forma de discurso feminista e ativismo artístico. Demonstra como as narrativas visuais servem não apenas como reflexo das lutas sociais, mas também como meio de reescrita das ideologias dominantes.