Esta tese analisa o desenvolvimento da publicidade do cigarro no Brasil do século XX com base no exame dos anúncios publicitários veiculados em três das principais revistas ilustradas editadas no país entre os anos de 1909 e 2000: a revista Ilustração Brasileira (1909-1958), a revista O Cruzeiro (1928-1985) e a revista Manchete (1952-2000). Foram analisadas 5.121 revistas de onde se extraiu 5.462 palavras e expressões e, claro, as imagens ilustrativas dos mais de 2.600 anúncios que compõem o corpus da pesquisa. A pesquisa realizada cobre, praticamente, todo o período de existência da publicidade do cigarro no país. Assumindo como referência principal uma literatura empenhada em compreender o consumo a partir de uma perspectiva antropológica, esta tese se propõe a analisar o discurso publicitário fomentado pela indústria tabagista com o objetivo de buscar uma melhor compreensão a respeito do hábito de se consumir cigarros no Brasil e das práticas de consumo em geral. O que se propõe é fundamentalmente uma reflexão a respeito do papel da publicidade na construção social do consumo de cigarros compreendendo sua participação decisiva, mas também seus limites, na consolidação de um mercado que envolve mais de 1,3 bilhão de consumidores em todo o mundo.