Pesquisas acadêmicas na área de juventude e política vêm apontando que a via política tradicional tem sido rejeitada como caminho participativo pela grande maioria dos jovens brasileiros. Também suas causas e bandeiras, de acordo com as mesmas reflexões, vão adquirindo ação mais local, destacando-se forte atuação nos bairros, vizinhanças e nas escolas, configurando novos espaços e formas de engajamento. Partindo destas colocações, esta pesquisa buscou compreender o atual significado dos grêmios estudantis, visto que essas associações são historicamente conhecidas por abrigarem as primeiras experiências e vivências políticas da juventude. Buscando enfocar os sentidos atribuídos pelos próprios jovens ao grêmio, a pesquisadora escolheu como metodologia de pesquisa o estudo de caso junto a um grêmio atuante em uma escola confessional católica do Rio de Janeiro, utilizando como referencial metodológico, Robert Yin (2010). O conceito de política utilizado procurou relacionar três concepções da mesma, a saber: a relação amigo-inimigo (BOBBIO, 1986), como estratégia de convivência (PARO, 2002, 2010) e como ação transformadora, oriundo das opiniões dos próprios sujeitos da pesquisa. O grêmio foi compreendido enquanto organização política, pois levou em consideração a dimensão política de suas atividades, destacando a relação entre a entidade estudantil e uma das coordenações do colégio, assim como a negociação por espaços de atuação dentro da escola, compreendidas enquanto uma situação de Jogo Político escolar. Por afastar-se de concepções que limitam o significado político do grêmio à sua vinculação ao movimento estudantil, a pesquisadora acredita que o estudo amplia o entendimento acerca da interface entre juventude, política.