A presente pesquisa investiga as lacunas entre o conhecimento teórico e a implementação prática da política de Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) no Brasil, particularmente entre os jovens, através da abordagem dos Determinantes Sociais da Saúde (DSS). Para tanto, apresento a trajetória histórica de formação do conceito de DSS, nos séculos XIX e XX, chegando à sua formalização pela Organização Mundial da Saúde em 2005. A partir de uma metodologia qualitativa com uso de fontes secundárias e primárias como documentos, banco de dados e entrevistas, analiso o contexto sociopolítico que molda as intervenções de saúde na América Latina, enfatizando a experiência brasileira, à luz dos DSS. Posteriormente, por meio de dois projetos empíricos sobre a PrEP no Brasil, demonstro os desafios enfrentados pelos jovens no acesso e adesão à profilaxia, dois conceitos centrais na abordagem dos DSS. Para isso, utilizo um modelo de Dahlgren e Whitehead como lente para entender como os DSS se relacionam. Também destaco as possíveis contribuições desses projetos para a difusão da PrEP no Sistema Único de Saúde (SUS), com destaque sobre o papel dos educadores pares. A pesquisa revela que soluções efetivas para adesão em projetos de profilaxia exigem abordagens como a dos DSS que, no momento da implementação, apresenta uma série de desafios aos formuladores e agentes de políticas de saúde.