Esta pesquisa aborda o uso e apropriação dos espaços residuais urbanos, que em muitos casos, são considerados áreas abandonadas, precarizadas e com uma deficiente atenção do poder público. Observar as tensões socioespaciais relacionadas ao espaço residual possibilita uma visualização dos processos de luta que envolvem o uso e apropriação desses espaços da cidade. O objeto de estudo da pesquisa é o fenômeno da residualidade espacial, as relações dos usuários dos espaços residuais e as formas de apropriações desses espaços. Como estudo de caso é analisado o espaço residual gerado pelo vazio urbano da antiga Fábrica de Cartuchos, no bairro de Realengo, e o local adjacente denominado Parquinho Verde Realengo, espaço no qual surgiram usos e apropriações não programados por parte da população. O objetivo geral é discutir o fenômeno do uso, apropriação e valorização do espaço residual urbano, especialmente em territórios de maior vulnerabilidade social, e mais especificamente, observar estas dinâmicas na população que frequenta e usufrui do Parquinho Verde Realengo. Os conceitos de uso e apropriação do espaço, lugar e pertencimento, surgem como balizadores da pesquisa. Metodologicamente, a pesquisa é desenvolvida a partir de discussão bibliográfica, trabalho de campo, com observações comparativas realizadas entre os anos 2022 e 2024, durante a ocupação do Parquinho Verde Realengo e à implementação (iniciada em setembro de 2022) do Parque Realengo Susana Naspolini, inaugurado em 15 de junho de 2024, assim como a aplicação de entrevistas com os moradores e colaboradores do Parquinho Verde Realengo.