O estudo avaliou a melhoria na qualidade do ar com a substituição do fogão a lenha tradicional por um modelo ecoeficiente. O monitoramento foi realizado em duas fases: em julho de 2022, durante o uso do fogão tradicional, e em julho de 2023, com o fogão ecoeficiente, ambos na comunidade quilombola do Calolé, Cachoeira, BA. Como comparação, residências com fogões a GLP em São Gonçalo também foram analisadas. Sensores em tempo real mediram poluentes como Material Particulado (MP(2.5) e MP(10)), Dióxido de Carbono (CO2) e Formaldeído (HCHO), além de temperatura e umidade, com coleta adicional de MP(2.5) usando bomba de exposição. O material particulado apresentou maior variação entre os combustíveis. A troca para o fogão ecoeficiente reduziu significativamente a carga de poluentes nas cozinhas: MP(2.5) caiu de 138 mais ou menos 216 microg m(-3) para 45 mais ou menos 154 microg m(-3) e MP(10) de 202 mais ou menos 287 microg m(-3) para 59 mais ou menos 191 microg m(-3). Também foram observadas reduções de CO2 (477 mais ou menos 62 ppm para 443 mais ou menos 34 ppm) e HCHO (0,004 mais ou menos 0,004 mg m(-3) para 0,006 mais ou menos 0,002 mg m (-3)). A análise química do material particulado indicou a presença de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA). O consumo de lenha reduziu em até 52 por cento após a troca do fogão. As concentrações médias observadas para fogões a GLP foram ainda menores: 12 mais ou menos 29 microg m(-3) para MP(2.5), 18 mais ou menos 41 microg m(-3) para MP(10), 506 mais ou menos 125 ppm para CO₂ e 0,013 mais ou menos 0,010 mg m(-3) para HCHO.