Esta pesquisa aborda a relação entre os métodos de ensino de projeto de arquitetura e os avanços das tecnologias digitais, destacando a transição do fazer analógico para o fazer digital, bem como formas de complementaridade entre tais abordagens, enfatizando a importância da preparação dos estudantes para tais transformações. Busca investigar uma abordagem de ensino de projeto que reforce tal complementaridade e que dê fluidez a prática projetual. Propõe reflexões sobre como as escolas de arquitetura podem se preparar o paradigma digital. Para tanto, parte do conceito da dialogia do fazer e do pensar para a criação de um saber emancipado presente em abordagens de prática reflexiva no âmbito do projeto de arquitetura. Em seguida, busca traçar um paralelo entre o fazer analógico e fazer digital como formas complementares de trabalho. Utiliza os conceitos de ensino prático reflexivo nas obras de Donald Schön e Paulo Freire para demonstrar como a abordagem trabalho prático do fazer arquitetônico se torna uma ferramenta poderosa para a assimilação de conhecimento e de construção de uma consciência crítica e, por desdobramento, de um saber emancipado. Incorpora também os conceitos de Richard Sennett sobre engajamento artesanal e Juhani Pallasmaa sobre o saber corporificado como elementos para evidenciar como a reflexão a partir do fazer artesanal nas fases de ideação, projetação e execução pode promover um maior engajamento dos estudantes. Por último, parte do arcabouço teórico construído por Rivka Oxman, juntamente com outros autores, para traçar um panorama do estado da arte do projeto de arquitetura digital, no campo do design computacional através do conceito de projeto baseado em materiais e fabricação.