Título: | BANDEIRANTISMO E POLÍTICA INTERNACIONAL: AS DIMENSÕES COLONIAIS DAS AMEAÇAS AO TERRITÓRIO INDÍGENA DO XINGU | ||||||||||||
Autor: |
GIORGIO GARCIA CRISTOFANI |
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Colaborador(es): |
MARTA REGINA FERNANDEZ Y GARCIA MORENO - Orientador |
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Catalogação: | 27/NOV/2023 | Língua(s): | PORTUGUÊS - BRASIL |
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Tipo: | TEXTO | Subtipo: | TESE | ||||||||||
Notas: |
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Referência(s): |
[pt] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=65149&idi=1 [en] https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/projetosEspeciais/ETDs/consultas/conteudo.php?strSecao=resultado&nrSeq=65149&idi=2 |
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DOI: | https://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.65149 | ||||||||||||
Resumo: | |||||||||||||
A dissertação compreende a colonização das Américas como marco fundamental
da política internacional moderna e defende a necessidade de engajamento da
disciplina de Relações Internacionais com os povos indígenas, sobretudo ao
compreender o caráter global das suas lutas políticas. Nesse contexto, o presente
trabalho investiga as dimensões globais e coloniais das ameaças aos territórios
indígenas, sobretudo as estratégias de dominação operadas no Território Indígena
do Xingu, ameaçado pelas fronteiras econômicas do agronegócio e pela extração
de madeira ilegal. Tendo a análise do bandeirantismo como fio condutor da
dissertação, o trabalho está estruturado em quatro movimentos. O primeiro
movimento apresenta o panorama histórico do Território Indígena do Xingu, por
meio da intersecção entre a antropologia histórica crítica, a etnoarqueologia e a
perspectiva pós-colonial, a fim de compreender as ameaças e resistências ao
bandeirantismo e as consequências contemporâneas da situação colonial na
primeira Terra Indígena demarcada no Brasil. O segundo movimento analisa, por
um lado, a centralidade do bandeirantismo na colonização brasileira e, por outro, o
seu papel na formação do capitalismo global e na subjetivação de um modo de
vida imperial, baseado no eurocentrismo e no racismo. Em um terceiro momento,
analisa-se estratégias coloniais de dominação para com os povos indígenas e seus
territórios em dois momentos históricos distintos, identificando a continuidade,
sob novas configurações, da ―guerra de conquista‖ após a independência. Por fim,
o quarto movimento analisa as tensões territoriais e as estratégias de dominação
que afetam o Território Indígena do Xingu na contemporaneidade,
compreendendo como os discursos e práticas da política internacional operam
localmente por meio da articulação entre as gramáticas da economia política e as
hierarquias coloniais. Dessa forma, a dissertação argumenta que as ameaças aos
territórios indígenas são consequências das próprias dinâmicas dos padrões de
poder globais, forjadas a partir da colonização das Américas e da consolidação do
capitalismo. As invasões aos territórios indígenas durante os séculos XVII e
XVIII, orquestradas pelo projeto colonial e realizada pelos bandeirantes, foram
fundamentais para o processo de estruturação dos padrões de poder globais, cujas
dinâmicas violentas do modo de vida imperial constituem a base da política
internacional moderna. Assim, engajar-se com a luta dos povos indígenas pelos
seus territórios representa um engajamento com os atores e as disputas centrais da
política internacional.
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