A produção e consumo de seriados ficcionais, especialmente nos Estados Unidos, têm crescido, resultando no surgimento da cultura das séries (SILVA, 2014) e da seriefilia (JOST, 2018). Esse aumento é impulsionado pela complexidade da estrutura narrativa (MITTEL, 2006), o contexto atual tecnológico que permite que as produções sejam assistidas em vários suportes e ambientes e pelo surgimento de grupos especializados (MUNGIOLI, 2017). Enquanto os dramas médicos têm ganhado popularidade (MEIMARIDIS, 2017), a representação dos bastidores jornalísticos não recebe o mesmo destaque. O presente trabalho discute a representação do jornalismo nas séries The Newsroom (2012, Aaron Sorkin) e The Morning Show (2019, Mimi Leder) verificando a verossimilhança por meio de estudos teóricos e cenas cotejadas com quatro entrevistas com profissionais. O objetivo é compreender a construção da prática jornalística nessas narrativas, considerando o papel fundamental do jornalismo como mediador entre eventos que ocorrem no mundo e na sociedade.