O presente trabalho tem como objetivos relacionar a crença de autoeficácia acadêmica e o uso de estratégias de aprendizagem autorreguladas com a percepção de desempenho acadêmico de universitários ingressantes e verificar se esses estudantes apresentam diferenças em suas crenças de autoeficácia acadêmica e no seu uso de estratégias de aprendizagem autorreguladas ao longo do primeiro semestre letivo. Participaram da pesquisa 70 estudantes universitários ingressantes de uma instituição de ensino superior. Eles responderam o formulário em dois momentos distintos, no início e no final do primeiro semestre da graduação. Trata-se de uma pesquisa quantitativa em que, por meio de um formulário eletrônico, foram aplicados os seguintes instrumentos: 1) ficha de caracterização; 2) Escala de Estratégias de Aprendizagem para Universitários (EEA-U); 3) Escala de Autoeficácia na Formação Superior (AEFS). Os resultados indicam que existem correlações positivas da crença de autoeficácia acadêmica com a percepção de desempenho acadêmico dos universitários ingressantes e, também, entre o uso de estratégias de aprendizagem autorreguladas e a percepção de desempenho acadêmico. Ou seja, os estudantes que mais utilizam estratégias de aprendizagem autorreguladas são aqueles que relataram possuir uma percepção de desempenho acadêmico maior. Assim como os estudantes que relatam apresentar mais confiança em sua capacidade de realizar suas tarefas acadêmicas são aqueles que possuem uma maior percepção acerca de seu desempenho acadêmico. Nos resultados, também foram encontradas indicações de que não houve aumento na crença de autoeficácia acadêmica e no uso de estratégias de aprendizagem, exceto de estratégias relacionadas à interação com pares, ao longo do primeiro semestre da graduação. Os resultados foram discutidos à luz da Teoria Social Cognitiva. Considerando os desafios encontrados pelos universitários ingressantes no contexto do ensino superior e a importância da crença de autoeficácia acadêmica e do uso de estratégias de aprendizagem autorreguladas na superação desses desafios, são propostas ações institucionalizadas a fim de promover estes construtos. Por fim, são sugeridos novos estudos que ampliem o conhecimento destes construtos em universitários ingressantes.