A sacramentalidade da revelação alcança sua plena expressão na pessoa de Jesus Cristo, porque por meio dele nos é manifestada a totalidade do Ser de Deus. Com suas duas naturezas: humano-divina, ele se torna o sacramento fonte, o meio indispensável que comunica a vontade divina e indica como o ser humano pode se comunicar com Deus, intermediado pela Igreja, a qual encarrega-se de prolongar os mistérios salvíficos, por sua economia sacramental: a palavra, os sacramentos e a caridade. A partir do pensamento teológico-revelacional de Hans Urs Von Balthasar o presente trabalho procura expor os momentos basilares da constituição sacramental da Igreja e como o próprio Pai, na pessoa do seu Filho e no Espírito Santo, se faz presente e comunica eficazmente a graça salvífica, ao mesmo tempo em que cria meios para sua visibilidade histórica. Deus se fez palavra carnal e palavra audível em Jesus Cristo. Assim, a forma sacramental remete a Cristo. É a partir dele, de seus atos, gestos e palavras, que o divino encontra expressividade eterna no seio da história. Ele concede elementos que assinalam e comunicam a presença e ação de Deus na história, essencialmente na cruz, momento cume da sacramentalidade e da revelação. O nosso objetivo, portanto, consiste em expor as raízes da experiência sacramental com o intuito de iluminar a prática eclesial, para uma valoração e compreensão do alcance e da eficácia sacramental e da Palavra revelada, como também da sua perenidade no existir da Igreja.